9 de setembro de 2011

À toa

À toa, passou a tarde
e com ela o vôo do pássaro e a pressa do ninho
À toa, vi a noite tecer segredos
e guardá-los sob a colcha da escuridão
À toa, colhi serenos na madrugada
tentando esquecer os medos
Assim... À toa
como quem divaga sobre a dor,
como quem busca compreender
pelo perfume, a flor
À toa...
Como se fosse possível viver,
como quem nada quer, tudo querendo...

6 de setembro de 2011

Um certo Manacá

No meu tempo de criança
ouvia a minha avó descrever
a beleza e o perfume do Manacá
Minha imaginação corria como carretel,
bobina nova, graça de menina
O Manacá criou raízes em mim
e em algumas primaveras ele ainda floresce
em meio ao desalinho das bobinas,
ao emaranhado dos carretéis,
no esforço da memória que quase sempre desafina.