26 de agosto de 2013
19 de agosto de 2013
No princípio do sereno
quando ainda nem é manhã,
o rio segreda desejos
de conhecer outras curvas,
de carregar outras sonhos
em barcos récem feitos
por mãos sedentas de mar.
Quando o sereno já é quase sol
e há um vislumbre de peixe
na traição do anzol,
o rio percebe-se sonho
e acha a velha curva bonita
como se nunca a tivesse contornado...
Tudo, então, é desejo e paixão líquida
prontos para ser refeitos
nas horas de outas primeiras manhãs.
quando ainda nem é manhã,
o rio segreda desejos
de conhecer outras curvas,
de carregar outras sonhos
em barcos récem feitos
por mãos sedentas de mar.
Quando o sereno já é quase sol
e há um vislumbre de peixe
na traição do anzol,
o rio percebe-se sonho
e acha a velha curva bonita
como se nunca a tivesse contornado...
Tudo, então, é desejo e paixão líquida
prontos para ser refeitos
nas horas de outas primeiras manhãs.
29 de julho de 2013
A rotina permitia-me ter a sensação de pertencer
ora à brancura do trigo recém entregue ao pão,
ora à semente dos temperos confiados a terra.
Agradava-me o pertencimento,
as possibilidades diárias de ir e voltar,
as combinações dispostas sobre a mesa.
O dia brando,
a certeza do sossego como se rede fosse,
favorecia-me o encontro com a escrita.
Talvez por isso ou tão somente por isso,
amasse tanto o pertencer, pois era ele
que me protegia de todo e qualquer frio
que um dia eu pudesse vir a conhecer.
4 de fevereiro de 2013
O calor molhava de suor
o caminho que nos levava ao riacho
Lá, panelas ganhavam brilho perante a mistura
do sabão de coco à areia molhada
Louças voltavam a cor original, tendo realçados
seus mais finos traços e desenhos delicados
Talheres sujeitavam-se ao polimento da bucha vegetal
sob os olhares da natureza silenciosa e contemplativa
Ao final, tudo era ajeitado no interior da gamela
com a mesma doçura de quem desperta a primavera,
tece rendas ou tinge ou quintal.
Lá na roça, onde tudo era verde a colher
eu, sozinha, me bastava.
Tinha o dia nas mãos e pronto o tecido da noite
Bebia da chuva, vestia a primavera,
falava laranjeiras e ouvia maracujás
Tudo era sabor de araçá.
Sombras escondiam o chão, árvores cochilavam,
sementes germinavam leituras e livros floresciam margaridas
O mundo amadurecia lenta e sabiamente
perante o silêncio das palavras e
23 de janeiro de 2013
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