Os sapatos,
os sapatos
já não me são mais confortáveis
e assim, têm mudado o meu jeito de caminhar
Os óculos,
os óculos
não mais me favorecem ver o horizonte
e, então, tenho vivido de ver ao redor. E só.
Os casacos,
os casacos
já estão com as mangas curtas
como se quisessem tirar de mim
o prazer de me aquecer
então, fico longas horas juntando folhas
para garantir que o outono não irá partir.
A casa,
a casa,
a vida,
a vida...
Hummm... Bonito...
ResponderExcluirNão importa se um poema é magro
se suas roupas estão puídas
suas unhas sujas
seu cabelo precisando de corte e banho
e se desce lentamente a avenida
sem comer há uma semana
Um poema precisa ter tutano nos seus ossos que estalam
sua história
e brilho nos seus olhos
que nos façam ver a luz no escuro
Se não tiver isto
uma doída solidão
e o sonhado calor
partido de fagulhas frustradas
já fazem boa companhia
à dor de quem lê poesia
Jean Scharlau
(para Cynara Novaes)