5 de outubro de 2011

Os jarrinhos

No tempo em que havia jarrinhos de flores
sobre as mesas das professoras,
o mundo ainda cabia em mim.
Palavras doces saltavam dos livros,
os porquês eram respondidos,
a vida serenava...
No tempo dos jarrinhos
havia uma certeza de pertencer,
os sabores se acentuavam,
cirandas compunham a noite
e a noite permitia-se, assim, se compor
Repleta de afetos, a correspondência chegava
com a mesma naturalidade
com que o rio escrevia suas voltas
A manhã cheirava a café, a tarde a broas.
O perfume era de alfazema e todo mundo
estava sempre cheiroso e satisfeito com essa essência só
Tudo era simples, adoravelmente simples...
Era certo que a vida serenava e isso era o que bastava.
Tudo isso no tempo em que havia
jarrinhos de flores sobre as mesas das professoras...

2 comentários:

  1. moça, quanta coisa bonita é essa q vc escreve? vc traduz de forma linda a beleza da simplicidade. ah, se ainda existissem jarrinhos de flores nas mesas dos professores ....

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