26 de abril de 2010

Ecos

Quando eu era pequena
o mundo parecia-me tão grande...
A casa tinha portas enormes,
cadeiras para gigantes,
camas de colchões sem fim...
Deitada no chão vermelho da varanda
o teto era quase um céu.
As telhas formavam-se para chover...
Longe, distante,
alto, alto...
Hoje a minha antiga casa
é um ponto no caminho que passo.
As cadeiras nos acomodam mal,
os colchões parecem caber
tão somente o espaço de deitar.
O teto aproxima-se cada vez mais...
Pequeno, curvado,
como se fosse cair.
Assim,baixo, baixo...
Os ecos dos sorrisos
não me são mais permitidos.