1 de setembro de 2010

Guardados

Até quando poderei guardar
o sal e o doce,
a luz e as sombras
dos segredos que só eu sei?

Até quando vou me reportar,
arquivar e me calar
sobre os segredos que só eu sei?

Até quando vou dobrar,
arejar e perfumar
Recorrer, desdobrar
e prevenir de amarelar os segredos que só eu sei?

Até quando vou acalentar,
suprimir, engavetar
emudecer e disfarçar os segredos que só eu sei?

Até quando vou simplesmente amar
não pedir, nem lamentar
o tempo que dediquei aos segredos que só eu sei?

São preciosos e delicados,
divinos e deliciosos os segredos que só eu sei,
porque deles, só eu sei.