22 de dezembro de 2011

Desilusão

Pingastes sorrateiramente
no meu mais doce chá
gotas sutis de desilusão.
Eu, por não conhecer  tua intenção,
o  bebi como se fosse amor.
Pareceu-me o mais doce dos chás
até que senti,  quando sorvia e
ainda apreciava o último gole,  
um cheiro suave da seiva com que o  temperastes
Perdi pouco a pouco a delicadeza,
conheci a estranheza,
e desde aquele dia vivo a sentir frio.
Meus olhos desconheceram a luz,
as palavras perderam o tom...
Longe ainda escuto o que me parece
um ensaio de um som.
Desde aquele dia a xícara florida vive só
Nunca mais foi ocupada pelo chá
Vive como eu:
procurando o que conhecia
e desconhecendo o que
pensava saber que existia

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